NOVA YORK — Formado em 1976, o U2
tem se sentido solitário na função de ser uma Grande Banda de Rock: daquelas
que lotam estádios e inserem sua melodias nas profundezas da mente do público.
Suas linhas de guitarra e suas batidas marciais colocaram uma escura sombra
musical sobre as bandas que seguiram seus passos — De Coldplay a OneRepublic e
Imagine Dragons —, que lutam para escrever hinos do rock. Ainda assim, o U2 às
vezes também consegue escapar de seu som característico.
A banda costuma trabalhar de maneira exaustiva em seus álbuns, e aquele que eles prometiam lançar em 2014 — com o título ainda mantido em segredo — está sendo preparado desde que saiu “No line on the horizon”, em 2009. Houve algumas pausas durante esses cinco anos: Bono e The Edge escreveram as canções do malfadado espetáculo do Homem-Aranha na Broadway; e o grupo saiu por uma turnê mundial, com repertórios que incluiam músicas inéditas. Se não bastasse a demora, o U2 tem anunciado — e mudado — planos para o disco novo desde 2009, às vezes considerando lançar as sobras das sessões de “No line on the horizon” ou um álbum de club music.
As duas novas músicas que emergiram do grupo ainda seguem a receita de “hino para todo mundo cantar junto”: “Ordinary love”, trilha do filme “Mandela: O caminho para a liberdade”, e “Invisible”. Mas não há garantias de que essas canções definam o disco. A longa lista de produtores que vêm trabalhando com o U2 nos últimos anos também podem apontar outro rumo. Entre os nomes estão Danger Mouse (Gnarls Barkley e Broken Bells), Ryan Tedder (OneRepublic), Paul Epworth (Adele), will.i.am (do Black Eyed Peas), o especialista de dance music RedOne e o DJ David Guetta. O U2 já se revitalizou ao embarcar na música eletrônica, em 1991, com o “Achtung baby”. Mas até que o novo álbum veja a luz do dia, qualquer afirmação sobre o som da banda nos anos 2010 não passa de mera especulação.
Fonte: The Now York Times
Tradução: O Globo

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